024. O cinema soviético nos Estados Unidos, 1926-1935 (I)
Notas sobre a tese de Vladimir Petrić – A influência teórica
Estas são notas a partir da leitura da tese de doutorado de Vladimir Petrić, orientada por Annette Michelson na NYU no início dos anos 1970. Petrić foi um dos primeiros, senão o primeiro, a receber o título de PhD em Film Studies. Fez parte de uma geração que até hoje tem impacto na história, na teoria e na crítica – basta lembrar que Tom Gunning, Noel Carroll e Ismail Xavier foram seus contemporâneos na mesma universidade. Escreveu textos pioneiros de análise fílmica, sobre a representação dos sonhos no cinema, sobre nomes como Schub, Renoir, Kinugasa, Dreyer, Bresson e Tarkovsky, além de livros sobre Griffith e Vertov. Foi também um dos fundadores do Harvard Film Archive, junto com Robert Gardner e Stanley Cavell.
A hipótese central da tese é que os filmes soviéticos do período revolucionário influenciaram a forma e a estrutura dos filmes americanos entre 1926 e 1935. Petrić comenta em detalhes a recepção do cinema da URSS nos EUA, dos problemas de distribuição aos debates polêmicos, das ideias gerais aos exemplos mais reveladores.
Eu sigo aqui a estrutura do texto, primeiro com notas sobre a influência teórica (incluindo a documentação e contextualização histórica) e, no post seguinte, sobre a influência prática (com foco na adaptação criativa de certas técnicas de montagem).